terça-feira, 14 de maio de 2019

F. T. B.



Ninguém (ou quase) nega que saúde, segurança, educação, alimentação, infraestrutura são itens prioritários em uma sociedade. Porém, além desses, e muitas vezes acima deles, outra pauta cada vez mais vem ganhando destaque: o conservadorismo da família tradicional brasileira.

Generalizando, o que nunca é o ideal, poderia se dizer que se trata de um movimento de pessoas já com certa idade inconformados com os novos tempos e a juventude que perdeu toda decência de tempos remotos. Mas o que se vê é que ambos os lados se tornaram uma mescla de idades, assim podemos encontrar muitos jovens revoltosos por sentirem falta de uma época gloriosa, quando era bom de se viver, mesmo que eles sequer a tenham vivido.

Antes de decidir por qual causa lutar é aconselhável esclarecer e compreender pelo que se está lutando. Tanto a palavra tradição como o ato de ser conservador são fatores cronologicamente relativos. Ainda que seja imperceptível para quem as pratica, as tradições se renovam através do tempo e dos lugares para onde são levadas.

Assim, questionamentos do tipo são válidos: “quais tradições eu defendo?” “que costumes pretendo conservar na sociedade?” Muitos, por exemplo, defendem, com ou sem álibi religioso, que o homem deve ser soberano no lar, e a mulher consequentemente submissa a ele. Seguindo o pacote da tradição “macho absoluto”, há pouquíssimo tempo era uma regra não escrita que o homem, mesmo que tivesse uma amante fixa e várias sortidas, teria o “direito” de matar a mulher caso soubesse ou até suspeitasse de uma traição. No mínimo espancar, sem consequências ou julgamentos.

Um pouco mais no passado, mas nem tanto, a família tradicional brasileira (que ainda não usava esse título que remete àquelas famílias suspeitas de filmes de terror em cuja casa a vítima acaba tendo que passar a noite graças a uma tempestade ou outro inconveniente), a F.T.B. tinha por costume ter suas escravas em casa para servir às necessidades e caprichos. Com a abolição da escravatura, esse cargo teve que ser adaptado para criadas que não tinham muito mais regalias que suas antepassadas antes da alforria.

Existiram hábitos e tradições dos mais variados tipos que foram sendo deixadas para trás, desde o dote para o casamento ao costume de não tomar banho. O que leva a outra pergunta: “será que algo é necessariamente bom apenas por ser tradicional ou apenas um indicador que a pessoa está atrasada décadas ou até séculos?”.

                                                      por Marcelo Mendonça 



Meu livro de poesias:

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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

O Rock (ainda) não morreu - Parte 2



O saudosismo é um sentimento comum e que tende a crescer conforme a idade nos avança. Muitas vezes, a nostalgia voa para épocas que sequer vivemos. Aos admiradores da música tal sentimento está sempre presente, o que leva muitas pessoas a sentenças como: música boa era só antigamente, hoje em dia não há nada que preste!

Dando sequência à série de álbuns que mais me agradaram no ano de 2018, agora enumero, novamente por ordem cronológica, meus destaques do segundo semestre.

Julho: O potencial apresentado pelo Halestorm nos seus primeiros dois trabalhos era inegável a quem conseguia ver além do estereótipo “banda de menina”. O terceiro disco partiu para praias mais sólidas, mas com Vicious a banda alcançou seu trabalho mais conciso. Os riffs de guitarra continuam ótimos, agora melhor distribuídos pelas faixas. A voz de Lzzy Hale melhor explorada do que nunca. A produção tirou proveito da veia pop adolescente com guitarras distorcidas, agora sem pudor, em faixas como Do Not Disturb, Conflicted, além do single Uncomfortable. Mas o destaque fica para as pedradas Killing Ourselves to Live, Black Vultures e Painkiller. Essencial: a balada The Silence, melhor performance vocal da carreira de Lzzy e talvez a mais bela canção do ano.

Ainda em julho que vale uma audição, Dictator do Scars on Broadway (para dar um gostinho aos órfãos do System of a Down) e The Sacrament of Sin do Powerwolf.

Agosto: Um dos ícones da era do grunge, Alice in Chains sempre apresentou trabalhos impecáveis. Rainier Fog, já vem sendo considerado talvez o melhor trabalho da banda desde a morte de Layne Staley. Menos experimental do que dois anteriores e mais direto, o álbum lembra grandes momentos da banda em seu auge. Os vocais conjuntos de Jerry Cantrell e William DuVall abrilhantam melodias vigorosas. The One You Know abre mostrando a que veio. O virtuosismo de Cantrell na guitarra é inegável, mas com o ambiente certo, mais ainda brilham seus riffs, bases e solos. Ao fim, as dez faixas se mostram pouco tendo em vista que nenhuma destoa da grande qualidade entregada. Aos preguiçosos vale começar conferindo Never Fade e Maybe.

Setembro: Talvez o mais controverso do ano por se tratar de talvez a maior lenda viva da música, Sir James Paul McCartney, cuja lenda o precede e dispensa apresentações. Egypt Station foi lançado cinco anos após seu antecessor e, mesmo bem recebido pela crítica especializada, causou desagrado em uma nem tão grande parcela de fãs. Muito pelo tom mais pop e comercial há tempos não usado pelo músico, como em faixas como Come on to Me e (principalmente) Fuh You. Mas mesmo o fã mais nostálgico não pode negar o fato de que Paul em quase sessenta anos de carreira sempre foi adepto de inovações e mudanças no seu estilo, procurando não se repetir. Não se pode negar também o fato de mesmo trabalhos menos brilhantes do ex-beatle contêm músicas que valem muito a pena. I Don’t Know, que abre o disco, é um bom exemplo disso, assim como Dominoes, Whos Cares, (que lembra Get Back), Hunt You Down e Caesar Rock. Há também uma peculiar homenagem ao Brasil na faixa Back in BrazilMenção também ao terceiro disco da parceria  Slash com Myles Kennedy and the Conspirators, Living the Dream.

Outubro: Três lançamentos que valem destaque, embora nenhum esteja necessariamente entre os melhores do ano. O primeiro, Evolution do Disturbed, era bastante aguardado pelos fãs após o sucesso de seu antecessor. Mesmo um bom trabalho, acabou por ser menos impactante. Com o estouro de The Sound of Silence em 2015 a banda resolveu apostar mais em baladas como Watch You Burn, Already Gone e A Reason to Fight. Mas seu som característico continua presente em faixas como The Best One Lie e No More. O segundo é Anthem of the Peaceful Army, disco de estreia da banda cover do Led Zepellin Greta Van Fleet. Com dez faixas, o álbum cumpre o que promete: emular o som característico do início dos anos setenta. Apesar de não aparentar original, as músicas apresentam boa qualidade. Lover, Leaver (Taker, Bealiever), Watching Over e o single When the Curtain Falls valem uma audição de bom grado. O terceiro: os veteranos e consagrados escoceses do Nazareth lançaram Tattooed on My Brain, o primeiro trabalho sem o vocalista original Dan McCafferty. Como muitos e muitos trabalhos da banda, vale ser ouvido em bom volume. Curiosamente com a presença do novo vocalista, Carl Sentance, as músicas soam muitas vezes mais como Van Halen.

Novembro: Outra banda que apostou em um tipo de nostalgia revisada foi o Muse com Simulation Theory, como se fosse uma trilha sonora de filmes futuristas dos anos oitenta como Tron ou Devolta para o Futuro. O conceito se estende por todo disco e mais agrada do que desagrada, recheado de bons momentos, como The Dark Side, Pressure, Thought Contagion, Blockades e Something Human. Importante ressaltar também o lançamento de Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun. do cultuado The Smashing Pumpkins, provavelmente seu melhor trabalho em quase vinte anos. O título enorme contradiz com número de faixas (apenas oito – todas muito agradáveis) que se alternam entre climas mais calmos e com mais peso. Marca também a volta de membros clássicos como Jimmy Chamberlin na bateria e James Iha na guitarra.

Dezembro: O último mês do ano não trouxe a luz grandes nomes do rock (pelo menos até o dia que este texto está sendo pubiclado), principalmente pelo adiamento de Resist do Within Temptation para 2019. O nome a ser considerado é o da lenda do thrash metal, Venom (a banda, não o filme também lançado há pouco tempo), que lançaram o décimo quinto álbum de sua carreira, Storm the Gates. Destaques: Bring Out Your Dead, Notorious e Destroyer.

E o desejo permanece de que 2019 transborde de bons álbuns e boas músicas, de artistas consagrados e novatos. Agradando ou não os saudosistas!

P.S.: Minha lista pessoal de preferidas do ano:

                                                                   por Marcelo Mendonça








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terça-feira, 17 de julho de 2018

O Brasil Venceu a Copa



Apesar de não parecer, devido à derrota no jogo contra a Bélgica, o Brasil saiu vitorioso nesta edição da Copa do Mundo. Não a seleção brasileira de futebol em si, que foi eliminada nas quartas de final, mas o país como contexto geral.

Sendo campeão, o Brasil perderia muito: a vitória seria da imagem de um jogador arrogante, mimado e que mostra que quando não se consegue por méritos, o melhor é ludibriar, simular e exagerar. Não que esta ideia já não seja bem aceita por muita gente. Para muitos, inclusive, é tida como a melhor opção. Esperteza vale mais do que ética.

Sendo um dos atletas mais populares do mundo, o mau exemplo se agrava. A falta de caráter ou, no mínimo, a falta de maturidade emocional e psicológica seria brindada com o prêmio maior da categoria. A equipe campeã do mundo seria liderada pelo arquétipo do famigerado jeitinho brasileiro.

Além da índole do craque brasileiro, a taça limparia um pouco da barra da corrupta instituição que comando o futebol no país, a CBF. Basta ver o histórico de seus últimos presidentes. A política brasileira também teve menos espaço para aprovar projetos obscuros que poderiam passar despercebido em meio a euforia e passeatas de comemoração pelo título.


Nem sempre as conquistas são justas (talvez muito poucas vezes sejam), no esporte e principalmente na vida. Mas é bom saber que, ainda que raramente, vença quem fizer por merecer. Ou pelo menos que o mau exemplo não pareça o melhor caminho a ser seguido.

                                                                                      
 
                                                                          por Marcelo Mendonça








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terça-feira, 3 de julho de 2018

O Rock (ainda) não Morreu


Todos conhecem o velho clichê: o rock morreu. Bobagem! Nem respira por aparelhos, como é dito por vezes em sua versão eufêmica. Concordo que há certo tempo que poucas bandas conseguem repetir êxitos comerciais como outrora, mas há ainda uma boa quantidade de artistas que entregam ótimos trabalhos nos tempos atuais.

No primeiro semestre do ano de 2018, de fato, não houve numerosos lançamentos no mundo do rock. Entretanto há pelo menos uma dezena de discos relevantes concebidos neste período, e, dentre eles, destaco meus seis preferidos, por ordem cronológica.

Janeiro: Black Label Society lançou Grimmest Hits, que ao contrário do que indica o título, não é uma coletânea. Apesar de dividir a opinião de público e crítica, traz ótimas faixas muito bem distribuídas. Aparentemente a volta de seu líder, compositor, vocalista e guitarrista, Zakk Wylde ao time de Ozzy Osbourne trouxe bons frutos ao Black Label Society: Riffs inspirados em faixas como The Betrayal e Illusions of Peace, baladas imponentes como Nothing Left to Say e That Day That Heaven Had Gone Away. Destaque especial para A Love Unreal, por enquanto, meu clipe eleito como o melhor de 2018.

Fevereiro: A banda brasileira Angra lançou seu nono disco de estúdio, Ømni, o segundo com o vocalista italiano Fabio Lione. As músicas remetem a várias fases da banda de forma renovada, valorizando a nova formação. Black Widow’s Web causou alvoroço na internet graças ao contraste da participação da cantora Sandy (a faixa ainda conta com Alissa White-Gluz nos vocais). Músicas como Insania, Travelers of Time e Magic Mirror mostram grande potencial nesta nova fase.

Março: Um dos melhores lançamentos de metal recentemente se chama Firepower do Judas Priest, a ponto de ser considerado um dos grandes trabalhos da discografia desta banda que é um dos pilares do heavy metal. Com muito peso, começando pela própria Firepower, faixa após faixa, entregam uma inesgotável energia, além de riffs e solos de tirar o fôlego. Várias músicas, talvez se tivessem sido lançadas em décadas antes, poderiam hoje ser consideradas clássicos da banda. Ou até o disco como um todo.

Abril: Após catorze anos, o aguardado quarto álbum do supergrupo A Perfect Circle veio à tona com o nome de Eat the Elephant. Correspondida à expectativa de manter a sempre alta qualidade, trata-se de um projeto primoroso. Hipnótico seria um adjetivo coerente. Introspectivo, com temas atuais e importantes, atmosfera envolvente, com todas as faixas se encaixando sem jamais soarem repetitivas ou parecidas, além de musicalmente impecável. É injusto citar apenas destaques individuais, mas para quem não quiser começar com o todo, vale ouvir So Long, And Thanks For All The Fish e Talk Talk.

Maio: Não tão imponente quanto os anteriores, o mais recente trabalho do Five Finger Death Punch, And Justice for None, faz jus a carreira da banda: hard rock muito bem executado, energia de sobra, refrões para se cantar junto e uma grande dose de semelhança com Stone Sour. Depois de alguns problemas que levaram até o vocalista Ivan Moody a sair da banda temporariamente, o reflexo disso tudo fica claro em boa parte das músicas, o que em momento algum é ruim musicalmente. Destaque para o cover de Gone Away do Offspring e Shaim Paim.

Junho: Nunca se deixe levar pelas primeiras impressões. A banda sueca Ghost não figurava entre os milhares artistas que me agradam no meio musical. Sempre julguei artificial e desnecessário o figurino de papas e bispos satânicos por eles adotado, o que pode ter influenciado o meu julgamento musical. Continuo não achando seus primeiros trabalhos ótimos, mas fui gratamente surpreendido pelo lançamento de Prequelle. É notável a evolução musical da banda, ao mesmo tempo sendo atual e podendo se passar várias vezes por algum clássico progressista dos anos setenta. O instrumental em todas as faixas alcançou o ápice de sua carreira, e posso incluir facilmente entre os melhores álbuns do ano. Destaque para Rats, Pro Memoria e Dance Macabre.

Outros bons discos foram lançados neste período, dentre eles o autointitulado Stone Temple Pilots, o primeiro com o vocalista Jeff Gutt (após as mortes de Scott Weiland e Chester Bennington); Sign Of The Dragonhead da banda Leaves' Eyes, também o primeiro com nova vocalista; Arctic Monkeys lançou Tranquility Base Hotel & Casino, ótimo e, como de costume, mudando totalmente o estilo de trabalhos anteriores. Também bem experimental, Jack White lançou Boarding House Reach. A Dying Machine de Tremonti também vale muito uma audição.


Que o segundo semestre venha com, no mínimo, o mesmo número de obras dignas de serem admiradas. E que convença quem ainda acha que o rock está morto. E não se trata de zumbis!
    
                                                                          por Marcelo Mendonça








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segunda-feira, 4 de junho de 2018

Lá Vem a Copa


Vésperas de uma Copa do Mundo e o “país do futebol” aparenta estar mais desinteressado do que nunca para tal evento. Reflexo talvez das frequentes crises que o Brasil enfrenta aliadas às frequentes decepções da seleção canarinho nas últimas copas. Nada parecido com o clima de festa em outras edições, quando as pessoas pintavam ruas e casas de verde e amarelo.

O desânimo só não é maior ou mais generalizado graças ao técnico Tite que salvou o Brasil de uma inédita não-classificação para a copa. Esse feito reforçou a imagem de personalidade intocável de Tite, frequentemente incriticável, levando os jogadores a acreditarem em seus discursos inflamados (ótimo!), assim como a imprensa (perigoso?). Falta agora convencer os adversários.

A única figura que recebe mais holofotes do que Tite é a de Neymar.  O jogador do PSG, que busca desesperadamente ser reconhecido no âmbito mundial no mesmo nível de outros craques, possivelmente vê na conquista do hexa uma boa chance de vir a alcançar sua ambição de se tornar o melhor do mundo.

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Messi e Cristiano Ronaldo tentam, cada um por sua equipe, conquistar pela primeira vez um mundial, sendo provavelmente a última chance de ambos. Outros vários nomes são pitacos frequentes dos profetas de resultados. Salah, em quem muita expectativa foi depositada, corre o risco de não disputar, ao menos os primeiros jogos (no caso de um Egito sem Salah, os primeiros podem ser também os últimos). Iniesa (também disputando sua última copa), Pogba, Harry Kane, Mbapé, Coutinho, James Rodrigues e Hazard são algumas das apostas mais em alta.

Hazard, por sinal, comanda a melhor geração da Bélgica em muito tempo, ou até de todos os tempos, que busca deixar de ser uma promessa e se tornar uma realidade. A Polônia de Lewandowski pode também ter uma boa atuação. Porém a surpresa que o mundo todo quer que se dê bem é a Islândia, embora seja muito improvável. Talvez por Vikings serem tão legais.

Os admiradores de grandes espetáculos lamentam também a falta de equipes clássicas como Itália e Holanda, além de equipes muito qualificadas como Equador, Chile, Estados Unidos. Além deles, alguns craques não foram convocados, seja por contusão ou opção dos treinadores como Daniel Alves e Ibrahimovic.

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A recente greve dos caminhoneiros despertou um choque de realidade no brasileiro, que inesperadamente viu que há coisas mais importantes do que futebol, ao menos por enquanto. E no momento, mais importante do que a greve, somente conseguir completar o álbum de figurinhas da Copa.

                 por Marcelo Mendonça







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quarta-feira, 9 de maio de 2018

Suposições Infinitas


Depois de ler e ouvir teorias infinitas (o que gerou uma apreensão infinita), o mais recente filme dos Vingadores, sucesso de crítica e bilheteria, trouxe aos espectadores e fãs dos personagens mais apreensão, desta vez pelo próximo filme que será lançado em maio de 2019, e ainda mais teorias infinitas.

Os irmãos Anthony e Joe Russo conseguiram, pelo menos por enquanto, sem o detrimento do roteiro, dar o destaque merecido a mais de duas dezenas de heróis em um único filme. Ainda assim há novos personagens que integrarão a equipe na sua sequência. Sendo o filme da Capitã Marvel um dos lançamento já anunciados, tudo indica que ela terá papel importante no próximo Vingadores.

Também perto de sua estreia, Homem-Formiga e a Vespa deve ter seu núcleo convergindo com os demais. Adam Warlock, aparentemente foi introduzido ao final de Guardiões da Galáxia, vol. 2, também pode pintar para enfrentar Thanos.

O universo cinematográfico da Marvel, com mais altos do que baixos, vem se tornando uma franquia altamente rentável. Além disso, trouxe ao público ótimos frutos como a trilogia do Capitão América (O Primeiro Vingador, O Soldado Invernal e Guerra Civil), os tiros às cegas, porém certeiros com as estreias nas telonas de Homem de Ferro (2008) e Guardiões da Galáxia (2014), e os aclamados Vingadores (2012) e Pantera Negra (2018).

Em meio a tanta repercussão sobre o que aconteceu e o que há de acontecer, resta a angústia de aguardar um ano até que chegue a data em que a equipe de heróis voltará às telas de cinema na recorrente missão de salvar o mundo e/ou o universo.


P.S.: Nem todos estão contentes com o resultado apresentado no filme. A cantora Anitta publicou em sua conta do Twitter: “Perda de tempo do dia: assistir 'Os vingadores: Guerra Infinita'”. Alguém avise a ela que ela não entende de filme, e sim de músic... Não, espera...

                               por Marcelo Mendonça





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quarta-feira, 18 de abril de 2018

Em-breaguez


Todas as minhas inseguranças, todos os defeitos que eu nunca me importei vieram à tona. Foi tudo ali, ao encontrá-la. Nos dias de minha vida, nem ultra-modesto, nem soberbo, mas dono de si. Nem também demasiado preocupado com a opinião alheia. Até aquele instante.

Momento aquele de sensações inabituais. Coração sempre fechado, aparentemente incapaz de se envolver, desarmado por um sorriso ou uma frase gentil. Indefeso, restou-me a rendição. De onde vinha essa embriaguez? Do brega de sentir-se assim? Isso destoa com os dias atuais. Romantismo é altamente ridículo e nada prático.

Então você encontra a perfeição encarnada: com todos os eventuais defeitos que seus olhos cegos não enxergam. Permite que a ponta de seus dedos beije suavemente a pele dela; ela sorri com os olhos líricos. Uma voz em você suplica para que não se iluda, mas o som é sufocado pela maciez de seu cabelo.

Os minutos correm sem que eu possa evitar, transformando-se em horas, conduzindo a noite apressadamente. Despeço-me implorando calado que ela volte. Mas quem volta primeiro é ela: a insegurança. O medo de não ser bom o bastante para ser escolhido por quem você escolheu. Quando elejo a melhor de todas as pessoas, como posso reivindicar que ela não queira o mesmo? E qual seria o critério em sua mente?

Penitência cármica pelo desleixo de não ser alguém melhor para si mesmo, como deve ser. De todo modo, a autolapidação interna propicia mais benefícios do que o almejado. Independente da cruel esperança, começo então agora a mudar algumas imperfeições que se mostrem necessárias, entre elas essa recente insegurança.
                     
                                 por Marcelo Mendonça




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